Com uma longa carreira no Chelsea, John Terry foi treinado por dois treinadores portugueses: José Mourinho e André Villas-Boas.

Mas a experiência não foi igual, muito longe disso. Em entrevista ao «Up Front», o antigo internacional inglês relembrou a chegada, não muito pacífica, de Villas-Boas ao cargo, em 2011.

«Quando o Villas-Boas chegou fomos a Hong Kong. Eu estava sentado na classe económica num voo de 13 horas e tínhamos jogadores como o Josh McEachran, o Nathaniel Chalobah e outros jovens, em primeira classe. Fazia parte da estratégia de Villas-Boas de 'nenhum jogador é maior do que eu, todos são iguais'. Estou no avião e digo 'não vamos a lado nenhum até que estes jogadores voltem para a classe económica e os da equipa principal, que fizeram deste clube aquilo que é hoje, vão para a primeira'», começou por recordar.

«O Villas-Boas chegou ao pé de nós e perguntou: ‘Qual é o problema?'. Respondi: ‘Não vamos a lado nenhum até que os jovens saiam daqui'. E para ser honesto, até eles diziam 'John, também estamos desconfortáveis, vamos voltar lá para trás'. E eu respondia 'não, a decisão não é vossa'. No final das contas, acabámos por trocar. Ele tentou afirmar-se no primeiro dia e falhou instantaneamente. Posso garantir que aquele avião não ia a lugar algum. E se fosse, ia sem mim, o Lampard e o Drogba», acrescentou.

Sobre Mourinho, Terry só tem elogios, apesar de admitir que ainda hoje ainda tem medo do técnico de Setúbal.

«Depois da primeira conferência de imprensa, ficámos meio petrificados. Estávamos cheios de medo. Não sabíamos o que esperar. Tínhamos tido o Ranieri antes disso, uma pessoa calma. Não sabíamos o que esperar. Era intimidatório ouvi-lo, a confiança que tinha», contou.

«Vou dar um exemplo: há uns dias, ele ligou-me em videochamada. Eu estava no sofá e comecei logo a arrumar as almofadas. E a minha mulher perguntou-me o que estava a fazer e eu respondi-lhe que o mister me estava a ligar. Estava cheio de medo. Ainda hoje, ele deixa-me tão nervoso… teria feito tudo por este homem. Tenho tanto respeito por tudo o que ele fez por mim, individualmente, e pela equipa. Adoro-o.»