A luta pelo pódio está acesa. O interruptor esteve intermitente na pedreira, no duelo com o Casa Pia, num jogo repleto de incidências. Com apenas dez elementos em campo, depois de passar por vários calafrios, os guerreiros voltaram a vencer nos últimos minutos. Abel Ruiz, lançado ao intervalo, bisou na partida ao minuto 89. Assinou o 4-3 final.

Antes de mais, respire-se fundo. Jogo eletrizante na pedreira, com sete golos e duas cambalhotas no marcador. Já livre das contas da descida, o Casa Pia foi desinibido e deixou uma boa imagem; a maior qualidade do conjunto de Rui Duarte acabou por fazer a diferença.

Grande golo de Abel Ruiz em cima do minuto noventa, quando o Sp. Braga estava reduzido a dez, a selar os três pontos. Mais do que cimentar o quarto lugar – tem mais cinco pontos quando há seis em disputa -  os guerreiros continuam a depender apenas de si próprios na luta pelo terceiro lugar, estando a um ponto do FC Porto, adversário da última jornada.  

Estrondo arsenalista anulado pelo silêncio casapiano

Tentou entrar forte e determinado em jogo o Sp. Braga, fazendo-se valer do seu maior estatuto para se impor. Chegou cedo à vantagem, logo aos doze minutos, num lançamento longo de Bruma a solicitar a desmarcação de Álvaro Djaló. Tchamba ainda ganha posição, mas ao tentar controlar o adversário perde a noção da bola, aproveitando Djaló para abanar as redes, adiantando os bracarenses no marcador.

Golo sofrido pelo Casa Pia numa fase em que até já se ia libertando da pressão inicial. O Sp. Braga fez por se impor com estrondo, com muito caudal ofensivo através da sua linha da frente de respeito. Mas, de forma silenciosa, o conjunto de Gonçalo Santos conseguia ter bola, progredia no terreno e criava perigo. O Sp. Braga fazia a bola circular em zonas perigosas, mas efetivamente os casapianos eram mais perigosos, com Matheus a ter de fazer algumas intervenções apertadas.

A dez minutos do intervalo Soma fez ouvir o tal silêncio do Casa Pia ao chegar ao empate. Perda de bola de Zalazar em zona proibida, a recuperação casapiana é mortífera. Pablo Roberto, bom de bola, combina com Nuno Moreira antes de fazer o passe para o nipónico encostar na pequena área e fazer o empate no jogo.

Ao intervalo Rui Duarte trocou Banza por Abel Ruiz no ataque arsenalista, mas manteve-se o figurino. Acabaria por ser a chave do jogo, o avançado espanhol. Mas, antes disso, em pezinhos de lá, o Casa Pia ia tendo capacidade para causar calafrios. Lelo operou a cambalhota no marcador aos 53 minutos com um remate rasteiro de fora da área.

Guerreiros espicaçados em fúria

Seguiu-se o melhor momento do Sp. Braga. Aí sim, o conjunto arsenalista foi avassalador, não deixando o Casa Pia respirar até operar a reviravolta no marcador. Espicaçados, os guerreiros parecem ter ficado em fúria, encostando o adversário às cordas. Foi com essa fúria que Zalazar recolocou o Sp. Braga na frente. Remate violento, fora da área, a entrar junto ao ângulo. Apenas quatro minutos antes já Abel Ruiz tinha abanado as redes com um toque subtil a desviar o passe de Álvaro Djaló. Guerreiros na frente perante um Casa Pia que parecia já não ter capacidade para reentrar no jogo.

Mas, num jogo tão acidentado, ainda havia mais capítulos a acrescentar. Rui Duarte foi expulso por protestos e novamente com capacidade para se esticar até ao ataque, Fellipe Cardoso cruzou a partir da direita, apanhando Paulo Oliveira desarmado quase na linha de golo, acabando por desviar a bola para a sua própria baliza aos 72 minutos.

Álvaro Djaló quase deitava tudo a perder poucos minutos depois. Foi expulso em segundos, deixando o Sp. Braga com apenas dez elementos para os vinte minutos finais. Jogo aberto, teve de se retrair o Braga, acreditavam os casapianos.

Neste limbo, o final teve os mesmos contornos de vários outros guiões esta temporada. Minuto 89, Abel Ruiz enche-se de fé e assina um grande golo de fora da área, remate cruzado, a carimbar os três pontos e a vivacidade da equipa na luta pelo terceiro lugar. Na próxima ronda joga em Guimarães.